... meio estabanada os sentimentos que já recordam um ano que, sim, está indo embora. Mas ainda tem muito o que fazer por aqui.
Nem eu, nem você nascemos nas datas dos nossos aniversários do ciclo solar, mas na intenção do desejo dos que nos conceberam; também não morremos quando os médicos e a ciência nos declaram finados, mas num longo processo de despedida.
2021 também é assim.
A Puma, nossa gatinha caçula, veio morar em casa, e foi uma benção tê-la comigo porque Puma é um grude. Suas horas são bem próximas as minhas pernas, meu estômago estendido que ela faz de travesseiro de bom grado. Shay, minha divina, e Puma estão na fase de tapas e beijos, isso faz um casal e forja uma aliança.
2021 também me apresentou novos aliados com quem eu pude compartilhar sobretudo os meus desafios no turismo.
Eu havia ficado órfã porque tantos sucumbiram aos desafios da Covid que, enfim, a vida me pôs ouvidos para ouvir e mãos a obra para fazer com novos parceiros.
Das alianças que julguei inquebrantáveis, me vi Titanic abaixo, mergulhando sem oxigênio abismo abaixo.
É o ciclo inevitável da vida e seus labirintos. Quero dizer que todos nós temos vínculos que são tão profundos que não são desse mundo, mas, por maior que sejam os vínculos, eles se constroem de matérias que se sustentam no ar mas não necessariamente te conhecem profundamente e, daí, por não conhecerem de fato do que você é feito, se deixam tirar por boatos. Uma outra casa, outra jornada e outra viagem.
Por falar em viagem, 2021 me fez emocionar quando entrei novamente no aeroporto e pude voar. De fato, meu ambiente é o mar e o ar... Gêmeos na frente e sagitário no ascendente. Então, estou feliz em ver que 2021 me traçou planos de muitos voos para brevemente.
Perdi gente que amei por anos e anos a fio. Perdi minha estrela guia. Perdi quem me deu bússola quando estive sem rumo; meu mar de encontro; a mulher que eu queria ser. Doeu, mas doeu tanto... Mas, certa vez, ouvi que perder o que se teve tão perto, tão próximo e tão longamente é uma perda diferente. Ficam todos os anos em que estivemos verdadeiramente juntas. A memória que o corpo e a mente guardam.
2021 me trouxe a alegria de ter novamente o mar dentro de mim. E isso foi o melhor presente do ano.
Búzios entrou por toda tristeza lavando, lavando, curando, curando...
Doce eram os dias nos Ossos, na Tartaruga, na Azedinha. E eu sonho em 2022 romper o ano em Morando pelo Mundo – Versão Mar das Baleias.
2021, por fim, me pediu calma, tranquilidade. A verdade é azul, a harmonia é o sol e a matéria que constrói os sonhos é a mesma que ensina a ver as partidas e despedidas menos sofridas. Quem eu amo, eu amo. Nunca parei de amar quem já amei, apenas começo a amar de longe. Bem quis na intenção e na boa disposição.
Guardo sempre espaço para a vida que é divina. É divina e é divina...
Para você que se foi, mas ainda está por aqui, reproduzo então uma das minhas músicas poesias preferidas de Nelson Gonçalves:
"Bem que se quis,
Depois de tudo ainda ser feliz
Mas já não há caminhos pra voltar
E o que é que a vida fez da nossa vida?
E o que a gente não faz por amor?"
Para você que se foi nesse estado sólido, ficou em mim no estado líquido. Concha, Maria da Conceição Tavares, e para quem me ensinou a língua dos homens e me fez ganhar a vida: Bob, estou aqui. Vai ser longa a nossa despedida.
Para os que ficaram aqui e permaneceram comigo, eu lhes desejo vida, muita vida nessas datas.
Celebre!
Obrigada,
Marcia Sztajn
Sztajn2go Trip Advisor
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